Dores das articulações
Dores de coluna
Dores provenientes de problemas com atrite e artrose.
Conheça as soluções naturais;
A dor é um fenómeno complexo, subjetivo e dinâmico, habitualmente negligenciado, com repercussões importantes para a pessoa e para a sociedade, e que deve ser tratado independentemente da causa que o origina. A dor aguda e a dor crónica têm diferentes abordagens terapêuticas.
A dor aguda, passageira, é mais facilmente controlada com os analgésicos clássicos do que a dor crónica, que tem origem em diversos fatores.
A dor e o sofrimento acompanham a história da humanidade, pelo que a utilização de plantas medicinais com objetivo de aliviar a dor, aliado aos avanços na investigação das ciências básicas na atualidade, tem permitido o desenvolvimento de novas moléculas e substâncias para o tratamento da dor com uma maior taxa de sucesso. De forma a satisfazer as necessidades dos utentes, o mercado dos medicamentos e produtos à base de plantas tem vindo a crescer.
Apesar de os efeitos secundários serem menores, as interações medicamentosas continuam presentes, o que acentua a necessidade de se garantir recomendações sobre a farmacovigilância.
A dor é uma experiência sensorial e emocional desagradável, associada a uma lesão tecidular, efetiva ou potencial, ou descrita em termos de tal lesao (1). Trata-se de um acontecimento subjetivo, pois cada indivíduo usa a palavra de acordo com as suas próprias experiências. Envolvendo componentes físicos, emocionais e sociais, a dor é um fenómeno complexo com inúmeras causas e com diversos desfechos
Como resolver problemas com dores?
Quais soluções naturais e medicamentos para dor?
A procura de uma alternativa à medicina convencional tem aumentado substancialmente, uma vez que a população é cada vez mais informada e em muitos dos casos prefere utilizar um produto natural ao invés de um produto industrializado. Esta procura ocorre quer para substituição da terapêutica quer para complementaridade da mesma.
A dor não é uma doença, mas apenas um sintoma especial que, além de ser comum a muitas doenças, é, por si só, capaz de provocar uma agressão intensa, acompanha de uma série de consequências deletérias para a pessoa que a sofre.
A dor é um mecanismo de defesa do organismo que desenvolve uma resposta complexa, envolvendo componentes sensoriais, comportamentais e emocionais. Na maioria dos casos, a sensação de dor é produzida quer por ferimento quer por estímulo, ambos suficientemente intensos de forma a serem considerados nocivos.
Plantas e o alívio da dor associada à inflamação
1 Anti-inflamatórios com constituintes triterpénicos ou esteróides
Alcaçuz (Glycyrrhiza glabra L.)
O Alcaçuz, de nome vulgar alcaçuz-doce, pau-cachucho, pau-doce ou raiz-doce, entre outros, pertence à família das Fabáceas (Leguminosas). Trata-se de uma planta herbácea perene, espontânea no Sudoeste europeu e no Sudoeste e Centro asiático, muito cultivada em terrenos férteis, frescos, sem serem húmidos. Na Europa, pode encontrar-se a var. typica. As partes utilizadas em terapêutica são as raízes e rizomas do terceiro ou quarto ano, colhidos no outono, não molhados. São constituídas por saponósidos triterpénicos (entre 3 e 5%), entre os quais o mais importante é a glicirrizina, ou ácido glicirrízico, triterpenos, esteroides, droxicumarinas, amido, glucose e sacarose. Segundo a F.P. VII, deve conter no mínimo 4% de ácido glicirrízico em relação à planta seca. (9)
Devido ao seu constituinte ativo predominante nas raízes, a glacirrizina, a planta apresenta propriedades anti-inflamatórias, além de ser espasmolítica, expetorante e mucolítica. Foi realizado um estudo na Central South University, China, cujo objetivo era observar o efeito da glizirrizina na prevenção da lesão da isquémica-reperfusão e da inflamação em ratos. Concluiu-se que o a administração de glizirrizina atenua a lesão da isquémia-reperfusão através do efeito anti-inflamatório que é observado na lesão do tecido, uma vez que reduz os níveis séricos das citocinas envolvidas no processo inflamatório. (10)
A glicirrizina tem um intenso sabor doce quando é administrada através de pó, extrato seco ou cozimento. Em doses elevadas, cerca de 50g por dia, pode produzir perdas de potássio e retenção de sódio com retenção hídrica, o que pode desencadear hipertensão, cefaleias, edemas e fraqueza muscular. Assim, não deve ser usada em associação com agentes hipotensores e também com corticoterapia. Não deve ser administrada por períodos longos, não mais de 6 semanas devido à sua atividade estrogénica e mineralocorticoide. (9)
Unha-de-gato (Uncaria tomentosa (Willd) D.C.)
Pertencente à família das Rubiáceas, a unha-de-gato é uma liana trepadora que pode atingir 30m de altura. É originária da América do Sul, cresce em bosques com luz abundante
no Peru, Amazonas, Colômbia, Bolívia e Panamá. A parte mais utilizada é a casca, embora por vezes sejam utilizadas as folhas e raízes. Os constituintes são os alcaloides oxindólicos pentacíclicos (entre os quais a mitrafilina e isopteropodina), triterpenos poli-hidroxilados, álcois indolicos e orgânicos, entre outros. (9) Muitas populações da América do Sul usam largamente esta planta para tratar sintomas associados à inflamação, uma vez que a mitrafilina presente na casca demonstrou ter atividade contra as citocinas envolvidas no processo inflamatório. (11)
Além desta ação anti-inflamatória, também tem ação antioxidante, imunomodeladora e anti-agregante plaquetária. Assim, é popularmente empregue em problemas reumáticos, gastrites, úlcera péptica, inflamações intestinais, entre outros. Como se trata de uma planta com constituintes amargos, não está indicada em doentes com dispepsias hipersecretoras, nem em casos de gravidez e aleitação. Não deve ser empregue juntamente com fármacos imunosupressores nem antiácidos. É administrada através de cozimento ou cápsulas.